Em meados do século XVIII, o Tenente-General Francisco de Souza Falcão recebeu uma data de sesmaria na região do Apodi, onde desenvolveu sua fazenda de gado. Em uma de suas viagens ao Pernambuco, trouxe um sobrinho de sua esposa, o Capitão Leandro Bezerra Cavalcante, o qual contraiu matrimônio com sua prima Ana Souza Falcão, filha do referido tenente. Os dois receberam uma faixa de terra à margem direita do afluente do Rio Apodi, para neste local desenvolver sua fazenda de gado.
Anos mais tarde, a região foi acometida por uma grande seca. Sendo Ana muito devota de São Sebastião, juntamente com seu esposo, fazem uma promessa de que se encontrassem água para saciar a sede do gado, mandariam construir uma capela. Como foram atendidos, no ano de 1793, constrói uma pequena capela em honra ao santo na fazenda Várzea das Caraúbas.
Com a construção da capela, os familiares de Leandro Bezerra vieram construir suas casas ao redor da mesma, o que veio a ser um arraial e posteriormente se transformou em povoado, que pelo seu rápido desenvolvimento e fervorosa religiosidade, por um novo voto realizado por volta do ano de 1850, por dona Quitéria Ferreira de São Luís, esposa do Coronel Antônio Francisco. O novo voto pedia que o povoado não fosse atingido por uma doença grave que estava dizimando muita gente no Brasil, chamada de colera mordus. Caso fosse atendida, dona Quitéria prometia construir uma nova Igreja para custodiar a primitiva imagem de São Sebastião. Não houve registros de contágio no povoado e em 1856 deram início à construção do novo templo.
A construção levou ao imediato pedido de elevação da Capela de São Sebastião do Povoado de Caraúbas à categoria de paróquia, desmembrando-a, assim, do Município do Apodi, com o apoio de autoridades civis e do clero, no dia 1º de setembro de 1858, foi aprovado pela arquidiocese de Olinda e Recife e Assembléia Legislativa de Olinda a lei que cria a Paróquia de São Sebastião de Caraúbas, junto à elevação do povoado à freguesia que recebeu o nome de São Sebastião Mártir do Apodi.
Dez anos depois, com a paróquia em pleno funcionamento e o crescimento cada vez maior da freguesia, sob o Decreto-Lei 601, de 5 de março de 1868, a freguesia é elevada à município. Agora independente politicamente, o município de Caraúbas teve como primeiro presidente de sua intendência o Padre Luiz Marinho de Freitas (2º Vigário da Paróquia).
O nome Caraúbas deriva da grande quantidade de Caraubas (Ipê Amarelo) – árvores de casca amargosa e folhas verdes com flores amarelas, situada na margem direita de um afluente do Rio Apodi, é uma planta da família das Bignoneáceas.
Caraúbas se localiza na microrregião da Chapada do Apodi, mesorregião do Oeste Potiguar. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano de 2017, apontam uma população estimada em 20 636 habitantes. Sua área territorial é de aproximadamente 1.133 quilômetros quadrados, distando da capital Natal 296 quilômetros.
Seu bioma predominante é a caatinga hiperxerófila, vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhadas, sendo facilmente encontradas a jurema-preta, o mufumbo, o marmeleiro, o xique-xique e o facheiro. Outro tipo de vegetação facilmente encontrada é a de tipo palmeira, com destaque para a carnaúba.
O clima é o comum do semiárido, com precipitação pluviométrica de 734 mm/ano. Seu período chuvoso é de fevereiro a maio, com temperaturas que vão de 22º C a 35º.
A economia do município é voltada à agricultura de sequeiro e a atividade pesqueira com projetos desenvolvidos na Lagoa do Apanha-Peixe e na Barragem de Santo Antônio, ambas localizadas na zona rural.
Na parte religiosa e cultural, Caraúbas tem como padroeiro São Sebastião. A festa católica acontece sempre nos meses de janeiro ao redor da Igreja Matriz, no centro da cidade.
Fonte: site da Prefeitura Municipal de Caraúbas.
